Um instante,
Deixei estar, parado,
Pra juntar poeira.
Por não saber onde por
Por não saber como enfeitar
Por não saber.
Por aqui,
Por ali,
Naquele canto,
E no outro também
Amontoa -se na estante,
Daqui outra hora
transbordará nas gavetas
Por fim, pego isso,
Me canso,
Coloco na mala
E vou -me embora!
Largo no mar,
Que é pra de vez afogar
Ou afogo isto, ou afogo eu.
Afogo os dois!
Afogo em mim,
depois afogarme-ei .
Acaba-se tudo
E não haverá mais instante
de valde na estante
Nem ante
Nem adiante
Só água presa no pulmão
Coração nadante
Víscera salgada
Gritarão: - Afogou-se, afogou-se!
Agora jogue a estante também
E tudo que há nela,
Aqueles meus bibelôs,
Minhas lembranças ..
Espere!
Jogue antes meu lenço
Quero secar a vertente
À qual me lanço
Jogue, jogue logo!
Que isto está transbordando,
Mudei de idéia
Fecho os olhos fortemente,
Acaba-se a água,
Já não me afogo.
-
Que bom que a água se acabou. Se afogar não parece ser uma boa.
ResponderExcluirMe faz lembrar da vez que quase me afoguei.
Que as mágoas se afoguem e ganhe cada vez mais dentro de ti, e ao teu redor, força tdaquilo que for do bem. Tudo aquilo que for lhe trazer muita paz.
ResponderExcluirTorço muito pelo teu sucesso. Te gosto bastante.
Bjooos ;)
Gostei bastante da poesia. Amei essa parte:
ResponderExcluir"Largo no mar,
Que é pra de vez afogar
Ou afogo isto, ou afogo eu."
Profunda demais.
Quando puder, me faça uma visita: http://omundosobomeuolhar.blogspot.com/
Lindo lindo!
ResponderExcluir*estou te seguindo*