terça-feira, 24 de agosto de 2010

Lonjuras


Longos dias
Dias longos
Cansaço pendurado no corpo
Poeira sobre as cabeças
E um sol que não aquece.

Cai a noite
Cai o sereno
Desse agosto
E noites de insônia
Me derrubam em direção a ladeira.

Engolindo pedras pela descida
Esfolando o externo
Num ímpeto de atingir
E fazer sangrar a desilusão ,
O desgaste que há por dentro
Intoxicada de uma vastidão

Longos dias
Dias longos
E
Iguais.

Deveria eu fugir,
Mas isso não pertence-me
Despejo a desistência !

Engolirei as pedras.



sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Calmaria

Serenidade melódica, estou na estrada a sentir o sol na pele, o azul do céu escorrendo nas nuvens e tingindo meus olhos castanhos duma harmonia rara. Me contenta essa tranquilidade, me dá satisfação que falta tantas vezes.
Hoje não me vem a saudade, fica assim por hora indiferente.
Hoje sou minha.
meu coração está controlado, lágrimas secas guardadas no bolso dentro do lenço velho, lembrança dela...
Ando, e a cada passo que dou nessa terra sinto-me própria. Preciso guardar essa formula que usei, e fabricar mais, algo como um estoque pra vida a frente.
Aqui. Queria ficar aqui, pertencendo-me. Ter esse ar livre por tempo maior, sem dividi-lo, sem apresenta-lo a outros desmerecedores, a outros que não compreendem leveza de espírito, inspiração, azul do céu escorrendo, lágrimas secas...talvez apenas eu ei de entender isto um pouco, ficando a outros sem sentido.
Não se estranha, afinal é de mim que saem, me apetecem. Espontâneas, imaturas não descubro se as crio, se de fato existem ou são fruto de algum distúrbio meu. O certo é que alimento e exponho, com compreensão ou não estão aqui mais algumas linhas.
Hoje calmas, como essa estrada sem vento, que deixa sentir e descobrir algo mais no meu intimo sem aquele ar babélico atordoante.