terça-feira, 25 de maio de 2010

Então, eu esquecerei você.


Eu queria poder me levantar daqui de uma maneira que todas essas lembranças suas que me ferem desaparecessem da minha cabeça.Então o meu quarto deixaria de ser meu refugio e o travesseiro não seria mais meu ombro amigo que tem suportado todas minhas tristezas.
Eu tenho lutado contra isso, mas o meu esforço não tem sido suficiente. É preciso mais força, ou essa solidão me fará tragar o próprio fim.
Não há mais nada que eu possa fazer a essa altura do jogo que a vida joga com nós, nos movendo contra nossa vontade.
Derrotada. Este é meu atual estado; restam-me as lembranças, a saudade e o frio desafeto que tento minimizar encolhida em minha cama durante as noites vazias; e essas horas que não passam...
Mas eis aqui minha ultima madrugada de abandono, afogarei minhas ultimas mágoas, recolherei meu pranto e depois disso fingirei que perdi a memória, partirei em busca da graça que me espera lá fora.
o tempo é o remédio.A brisa do amanhecer tratará de apagar teu nome, e o sol será minha luz até que eu encontre outra que a substitua e a música novamente soe pra min dançar, então eu esquecerei você e nada do que vivemos terá sentido. Eu vou ter liberdade pra dormir e acordar sem te possuir em pensamentos.


A.R


Para: projeto sílaba tônica.

domingo, 16 de maio de 2010

Arquivando

..e nessa volta pra casa eu estive pensando enquanto ouvia àquelas melodias...e andava sobre o meio fio, porque era ali que eu sentia o meu mundo, dividida entre o canteiro de flores e a rua perigosa. Eu voltei no tempo e relembrei o que havia se passado algumas horas antes, e percebi que isso ficaria gravado em mim, aquele cheiro, o beijo, a conversa, num ritmo que eu gostei tanto...
É, eu não sei se isso é se perder ou se encontrar, sei que é ruin, mas bom ao mesmo tempo. é uma sincronia. Ora rápida, ora lenta, na frequência perfeita.
E isso vicia. Eu preciso da tua presença desconscertante, do abraço, de tudo aquilo novamente. Aquela cena e tudo que foi gravado nela. e em mim. E eu não quero sair do meio fio, aqui é meu lugar, eu necessito desse transito turbulento, e do cheiro das flores, preciso ir e vir entre esses caminhos enquanto não me decido.

ouvindo Equalize - pitty

domingo, 2 de maio de 2010

Amanhece...

...escurece, amanhece, solidão, escurece solidão
amanhece e nada.
O aurorescer amorna, decorre o dia e enfim chega a hora do crepúsculo e com ele a esperança de dormir e poder sonhar longamente.
UTOPIA. Isso é o mesmo que querer a primavera após o outono, para adoçar o rigor do inverno próximo.
Padeço.
Amanhece, as folhas caem, as flores somem gradativamente, as borboletas ainda vagam, escurece e nada.
Nada de sonho, nada de cheiro de flor. Nada de nada.
Amanhece tristeza, as folhas vão ao chão
assim como as flores secas
E a borboleta ???

Morre na solidão.