segunda-feira, 3 de outubro de 2011

Acalanto

E no meio desses dias tempestivos consigo me lembrar de quando me mostraram o Acalanto do Chico Buarque. O Acalanto para Helena que caía bem até por se tratar de Helena. Ainda hoje me faço em cima desse acalanto. Pois o tempo leva as pessoas, mas as experiências que ficaram delas jamais. E depois disso sou eu que me vejo querendo acalantar os que quero bem.

segunda-feira, 26 de setembro de 2011

O Filho eterno - Cristovão Tezza

''...às vezes simula que é um personagem trágico que não pode deixar de fazer o que faz porque o destino é inexorável, o que é uma fantasia absurda : o grau zero da crença, o vazio da cosmogonia, um abismo de tempo entre ele e os gregos - e no entanto fantasia para si o delírio trágico: nada do que não foi não poderia ter sido. Só a frieza do olhar de fora pode dar dimensão à vida - aqui, agora, ele está no olho do furacão de si mesmo, e a vida jamais pode ser estetizada, ela não é, não pode ser um quadro na parede. Essa, sim, é a suprema alienação, ele pensa, retomando uma das palavras dos anos 1960, que se repetiam como mantras: alienado, alienação. O que, na sua memória difusa, seria alguma coisa contrária à autenticidade; o homem autêntico versus o homem alienado. Ideologia : essa palavra que ninguém sabe o que é e usa a torto e a direito. Processo de ocultação da realidade. Como assim ? Processo de ocultação da verdadeira realidade ? - alguém deveria esclarecer. Cristãos e marxistas no mesmo barco metafísico. A verdadeira realidade é o tempo, a única referência absoluta, ele divaga, sentindo a própria ferrugem. o inexorável e a transformação: qualquer uma. ... ''


O filho eterno - Cristovão Tezza ( pg. 129, 9ª ed. )

Meu doce é o amargo da minha maneira


Então venha chuva, venha sol,
venha sal, venha açúcar,
venha brutalidade, venha frágil, venha estúpida .
Canto e danço teu ritmo com ou sobre você e  te chamo para o meu.
Fique livre e escolha. Eu não me importo, sei que se for embora volta.

terça-feira, 20 de setembro de 2011

Dora, Doralina - Rachel de Queiroz

'' O ruim é quando fica dormente. E também não tem dor que não se acalme - e as mais das vezes que se apaga. Aquilo que  te mata hoje amanhã será esquecido, e eu não sei se isto está certo ou errado, porque acho que o certo era lembrar. Então o bom, o feliz se apagar como o ruim, me parece injusto, porque o bom sempre acontece menos e o mau dez vezes mais. O verdadeiro seria que desbotasse o mau e o bem ficasse nas suas cores vivas, chamando alegria.
Mais de uma vez disse que se tivesse uma filha punha nela o nome de Alegria...''


Dora, Doralina. Raquel de Queiroz (Pg.3)

terça-feira, 13 de setembro de 2011

só hoje...
e amanhã...
e depois, e mais depois, e além...
e por quanto tempo???

segunda-feira, 12 de setembro de 2011

Um dia aquela nuvem voltará e vai trazer consigo a minha chuva, àquela que ela levou um dia depois dos pingos.
Os pingos que me deu só para o desejo. Os pingos que deram  cor aos fogos de uma noite.
Os pingos que deixaram o cheiro de poeira molhada e umideceram os cabelos ...esquentou a pele. foi-se nuvem sorrindo. volta nuvem, volta.

Eu disse: desmembro.
Um encaixe sem emenda
um pedaço
que não faz mais parte do todo.
uma arte inacabada
uma taça quebrada
algo perdido.
É isso. perdido.
De equilíbrio escasso
de passos sem compasso.

sábado, 30 de julho de 2011

Eis que ando no meu bonde, na minha pressa. Ora bambeio sem muito entender dessa vida, ora penso que já sei muita coisa, mas não o suficiente. De cá e de lá num rumo que vai de desenfreado às secas paradas e  que definham hiatos por certos períodos. Mas vou indo, indo de pernas próprias, indo a solavancos, e se não assim atropelam a gente mesmo e fica sempre esse corre aqui e acolá.
Mas buenas, vim aqui hoje em meu dia de anos, depois de três meses, com algumas reclamações por não aparecer mais. Aqui tem uns gatos pingados do que passa, ou do que já passou, fica assim, pinga quando dá animo e a preguiça vai embora, daí repasso alguma coisa. Já ouvi de tudo, que é burrice, que é sem graça, de outros que é sensibilidade, inspiração, mas não estou me importando, não mesmo. nem eu mesma sei o que acho disso, pense o que quiser.

Bjs.

quinta-feira, 14 de abril de 2011

O abril que não é cor de anil

Ah! que dias! que dias são estes!
cartas não enviadas, pensamentos socados nas gavetas junto com as canetas sofridas e sem tinta, com os papéis surrados, bilhetes, bilhetes, bilhetes...

...

estou em casa,
na gaveta!
despedaçando o Abril

...

Com uma enxurrada aqui dentro que acumula no cotidiano; com essas coisas que oscilam do acalanto para o turbulento com tal veemência !

...

sábado, 26 de fevereiro de 2011

Tão somente

Esse prato sujo de comida,
em minha frente
Esse olhar desacreditado da vida,
Essa figura que escarnece despedida .

Tenho na mente
uma canção tremida
nos meus dias todos
a mesma história
os mesmos causos sem vitória
tão somente existindo
tão somente sobrevivendo.


.



segunda-feira, 14 de fevereiro de 2011





uma foto de bobeira; um dia lá em casa.


terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Diariamente


08/02/11


Tempo, tempo
incoveniente
meus pecados
diariamente.

Crescendo

07/02/11



Aranhões,
Desesperos,
Conquistas e derrotas
soman-se todos os dias
os dias todos.

O almejar, o conseguir
o ser e o ter;
tudo tudo
é crescimento
é alimento
tem felicidade
tem sofrimento
tem discórdia
tem lamento
mas pra quem quer glória,
independente
de ser amador ou experiente

quem tem garra, tem vitória!


-

segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

06/02/11

Pendenga.

-Me balança mais alto?


-





05/02/11


...mais para as gavetas, -
para as folhas de papel amassadas,
para os cadernos velhos,
minhas caixas,
minha xícara de café,
meu baú,
minhas músicas,
minhas platonices,
minhas esquisitices,
minhas roupas soltas; -
do que pros resto, que fica se vendendo por aí.


-


sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Tão tarde, tanto cansaço, água caindo lá fora .
Ainda me lembro de nós meu bem, toda vez que eu digo 'água caindo'. . .
Disso e daquilo, daquele, daquela
a Luz amarela que eu despercebi
como um pingo.



-

quinta-feira, 3 de fevereiro de 2011

Há tantos embaraços aqui . . . os caprichos de menina somam-se aos delírios de mulher; Fervem duma hora para outra sem aviso, sem apaziguamento. Florescências e descaminhos me elevam, me tombam. É sempre essa ocorrência impulsiva de extremos. Duplicações, contrariedades, desejos aventurados que não abandono. Maravilha-me estas afrontas que pendem em mim. Êxtase.




quarta-feira, 2 de fevereiro de 2011

Fevereiro

Segundo dia não digerido. Creio que leve ainda um bom tempo para destrinchar esse mês, mais do que eu havia calculado. Calculei, mas certo era que estaria errado; se nem sou boa com números imagine com algo tão complexo pra mim; um mês tão pesado, que carrego como o peso de um ano inteiro.
felicidade abandona-me todo início de mês, mas no fevereiro busca exílio até que finde o ultimo dia.
felicidade vai e volta. Há um ano que é fevereiro estremecido.






-

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

Fevereiro



. . . me tem o mesmo peso que um ano na sua totalidade. Um ano em que as canções rodam, rodam na mesmice.
Fico eu como Penélope . Adiando.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

Enfados primeiros.


Chegou o ano... !
Chegou janeiro
Chegou com ele o desespero.

Eu em cima de um terreno vazio
Um janeiro
Sem canteiro.

Verão ao ponto
E as coisas meio vazias
Meio lentas
Meio nada
Meio tudo
Meio a meio.

Esse calor que me atravessa lento
Essa tequila que não têm surtido efeito
Essa sede que não passa
E o ritmo que fica
Que vai
Que volta
Que vai
Que revolta!


A.