quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

o ultimo do ano

..vai-se num adiamento
sem decidir-se
espera-se o novo
novamente;
mas o que esperar se for passar com o que é velho?
de qualquer maneira espera-se o novo.
prometidos ao de chegar,
os bons ao de vencer,
novas luzes
novas cores
novas musicas;
não é assim sempre ?


novo
novo
novo
novo
tudo novamente.

...

Tem areia por aqui, cansaço no corpo e decepções recheando as prateleiras, algumas alegrias espaçadas entre os bolsos da mala e delírios com as roupas molhadas no banheiro. Sim, meu querido Dhy, estou praiando. Tenho sentido falta de mim e as ciscunstancias não me permitem privacidade. E as causas são descaso alheio. Que fazer se a outra metade é diferente, imcompativel, se vê bem. Mas se vê também amor sob nuvens espessas. dores e desejos .

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

Escolhendo



Vai afinando
Vai reparando
Trocando de mundo
Penerando
como se fosse areia
e por fim vês quem
Passa
quem fica

..

Penere mundo,
Penere .


..

Desordem



Se estou do avesso
estou nua,
frágil.

Nua
na rua suja.

No caco de espelho
um reflexo de olho vermelho.

Uma xícara quebrada, sobre a mesa
meu olhar pra tudo
constata
farrapos,
pedaços.
sujeiras a me encardir

água turva pra se lavar.

um chamado, e eu ainda nua...

- amor espere, vou me vestir.



..

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

Alvoroços

Talvez se algum dia você comesse um doce estragado,
ou embarcasse num ónibus quebrado...
E ficasse de estômago mexido ,
perdido na estrada...
te apeteceriam meus gostos, e os esgarros insanos,
e entenderia minhas noites mal dormidas
minhas manhas mal acordadas
e o pesar da minha rua parada
porém de sentimentos alvoroçantes
que correm e assobiam por todos os lados,
que espetam-me a carne dia após dia.

mas enquanto vou e volto
no correr do sol,
me prendo e me solto
você fica.
e a rua parada,
coisas passando, voando,
como essa fumaça
que sai da tua boca
que esvoaça e some

..esvoaça e some .


terça-feira, 2 de novembro de 2010

Tomando cor

G. G. G.

Indo até a janela,
no costumeiro modo disfuncional,
à reviver momentos.

Eu na janela
e a janela em mim.
Num abre e fecha.
com um vento de ar ainda carnavalesco
a soprar na minha cara,
desafiando,
convidativo,

soprando
soprando
escolhendo cores

Fez-se no outubro alarido
e um balanço de cortinas
por um vento que por ora rareou,
naquele vão,
chacoalhou também meu coração

Reaparece no preto e branco
o risco colorido.
Da cortina, o pó teem caído...

Bebo destas cores que me dá.
Fico na janela pra sentir teu sopro...

- amor, sopre sempre.


A.R.




sábado, 30 de outubro de 2010

Tenho sentido...

...falta.


Tenho na minha vista aquele guarda roupa encostado no canto, com aquelas quinquilharias dentro. A cada ano mais velho e mais pesado pra mim.
Olho sempre àquela caixa de lembranças pequenas, de uma vida que já se foi.
Dinheiro velho,
Relógio quebrado,
o cordão do Cristo Redentor, de uma viajem pro Rio;
a caixinha de gesso mal fechada, com aquela fresta, igual a minha, vazando saudades.
Saudade desse tempo anterior a mim, que eu amo mesmo sem te-lo vivido.
Com frequência penso nisso.

Amar dias que não foram seus,
Amar pessoas que não conheceu.
É vida, levas tudo
das desgraças às felicidades
vai levando
vai enterrando
vai levando...

egoísta.

A.R

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Fique a vontade



...

vai um dia
vai outro
vem um
vem mais um...
ouve-se bater na porta,
espera-se visita ?
entra alguém,
mas pela janela outro já se foi.

serve-se o chá,
mas o servido acha que não mais convém,
vai -se embora também...

Fico aqui, ou não fico?
Pois espera-se que um dia alguém pare,
se assente
embeba-se do chá
e morra ao deleite de tua companhia.



...

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Momentâneo

Na estante
Um instante,
Deixei estar, parado,
Pra juntar poeira.

Por não saber onde por
Por não saber como enfeitar
Por não saber.

Por aqui,
Por ali,
Naquele canto,
E no outro também
Amontoa -se na estante,
Daqui outra hora
transbordará nas gavetas

Por fim, pego isso,
Me canso,
Coloco na mala
E vou -me embora!

Largo no mar,
Que é pra de vez afogar
Ou afogo isto, ou afogo eu.

Afogo os dois!
Afogo em mim,
depois afogarme-ei .
Acaba-se tudo
E não haverá mais instante
de valde na estante
Nem ante
Nem adiante
Só água presa no pulmão

Coração nadante
Víscera salgada
Gritarão: - Afogou-se, afogou-se!

Agora jogue a estante também
E tudo que há nela,
Aqueles meus bibelôs,
Minhas lembranças ..

Espere!
Jogue antes meu lenço
Quero secar a vertente
À qual me lanço
Jogue, jogue logo!
Que isto está transbordando,
Mudei de idéia
Fecho os olhos fortemente,
Acaba-se a água,
Já não me afogo.


-

domingo, 26 de setembro de 2010

Água caída

F.A.M

Frio
Arrepio
Pingo de chuva.
Beijo molhado
Vento na pele
Olho fechado

Calor de abraço,
E água caindo
Chuvisco respinga
E pinga

Pinga
Pinga
Pinga.


.................



terça-feira, 14 de setembro de 2010

Insipiência

Gira
Gira
Me deixa com visão embaçada
Olhando para o nada
Respiro
Suspiro
Que isso coração?!
Não me assuste ainda mais!

Tem um teto caindo
E barulho de lata
E eu aqui olho pra cima
Viro
Reviro

Não me pergunte
Pois eu não sei,
Eu não sei!

Só sei que respiro,
Que sinto,
Que vejo.
E aqui dentro
Um bate
Rebate.
E aqui fora,
Um ri
Outro chora.

Já não sei mais,
é isso tudo
toda hora.

-----------------------
- Mais uma insipiência.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Lonjuras


Longos dias
Dias longos
Cansaço pendurado no corpo
Poeira sobre as cabeças
E um sol que não aquece.

Cai a noite
Cai o sereno
Desse agosto
E noites de insônia
Me derrubam em direção a ladeira.

Engolindo pedras pela descida
Esfolando o externo
Num ímpeto de atingir
E fazer sangrar a desilusão ,
O desgaste que há por dentro
Intoxicada de uma vastidão

Longos dias
Dias longos
E
Iguais.

Deveria eu fugir,
Mas isso não pertence-me
Despejo a desistência !

Engolirei as pedras.



sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Calmaria

Serenidade melódica, estou na estrada a sentir o sol na pele, o azul do céu escorrendo nas nuvens e tingindo meus olhos castanhos duma harmonia rara. Me contenta essa tranquilidade, me dá satisfação que falta tantas vezes.
Hoje não me vem a saudade, fica assim por hora indiferente.
Hoje sou minha.
meu coração está controlado, lágrimas secas guardadas no bolso dentro do lenço velho, lembrança dela...
Ando, e a cada passo que dou nessa terra sinto-me própria. Preciso guardar essa formula que usei, e fabricar mais, algo como um estoque pra vida a frente.
Aqui. Queria ficar aqui, pertencendo-me. Ter esse ar livre por tempo maior, sem dividi-lo, sem apresenta-lo a outros desmerecedores, a outros que não compreendem leveza de espírito, inspiração, azul do céu escorrendo, lágrimas secas...talvez apenas eu ei de entender isto um pouco, ficando a outros sem sentido.
Não se estranha, afinal é de mim que saem, me apetecem. Espontâneas, imaturas não descubro se as crio, se de fato existem ou são fruto de algum distúrbio meu. O certo é que alimento e exponho, com compreensão ou não estão aqui mais algumas linhas.
Hoje calmas, como essa estrada sem vento, que deixa sentir e descobrir algo mais no meu intimo sem aquele ar babélico atordoante.

quinta-feira, 22 de julho de 2010

Retratos do nosso tempo


Eu não sei o que faria sem você. Só você me considera; seja do jeito que for é você, o meu abrigo, o meu retiro, a minha proteção quando meu mundo desaba.
Venho guardando retratos,
bilhetes, folhas,
arquivando conversas
e fico às vezes a rever algumas dessas coisas.
Sinto cheiro de saudade desse nosso tempo que vai passando
Visualizo o futuro amarelado de nossas fotografias,
o esfarelar dos papéis
Só não poderei eu sentir a frieza de nossa amizade,
mesmo que haja separação pela distancia
está tudo arquivado na minha memória,
no meu peito fechado e você lá dentro.
Meu baú de recordações
são risos, choros e emoções
que me constroem.


PROJETO SÍLABA TÔNICA 8ª edição

sexta-feira, 9 de julho de 2010

Quando que isso pára?


Sinta a acomodação.
Veja bem esses supérfulos que esparaman-se como barraços daninhos pela tua vida, e pare! Pare de assentir a tudo que é novo, que é moda e é clichê.
Adaptar-se é mais fácil que se opor, não é mesmo?
A bunda pesa na cadeira e você faz de tudo para ficar ali ao deleite do comodismo, e não ir dar uma volta, ver o sol, sentir o vento...porque está passando aquele programinha na tv, ou tem que olhar o orkut, entrar no msn, ver aquela revista de moda e quem sabe depois você vá fazer um pouco de exercício na esteira elétrica, na sala. E fica ali, não sai de casa e priva-se de ações simples que foram sendo subjugadas e deixadas de lado por causa do computador, da tv, dos videos games...
Diga-me, você já parou e olhou para o céu hoje? Abriu a janela desse ergástulo ao qual você vai incumbindo -se mais a cada dia ?
É talvez sim, ou não.
Passam dias, meses, anos e a sociedade infesta-se de modernismos que envolvem a
s pessoas, o trabalho delas, o lazer e extinguem ações simples, que são substituidas, olvidadas por novidades que se fecham como um cerco em torno de nós.
É doentio, esse ritmo a que estamos expostos cada vez mais rápido, tudo acontece tão brevemente e as coisas estão tão mais perto e interligadas umas nas outras.
O ritmo do teu cotidiano aumenta, porque tudo está mais prático, fácil, mas você diminui, e não se dá conta. Fica branco desbotado, faz menos exercício e não tem resistência física, a não ser nos dedos das mãos por causa da digitação.
Assolado nesse meio acomodativo o qual vai adotando pra d
iminuir esforços, poupar tempo pra pra poder gasta-lo com u
ma nova tecnologia que está nas prateleiras do shoping.


quinta-feira, 24 de junho de 2010

Respostas


Quando se age, também se erra. E isso é um mero detalhe da vida; porque nem sempre é possível andar corretamente sobres as linhas. Por mais que os erros te arruinem, veja-os como detalhes que comprovam tua existência.

Eu posso viver, sou livre, não sou?
Então eu posso errar, posso ir atrás das respostas para minhas perguntas. Eu posso errar, a vida é toda minha.
E se eu quiser atravessar o mar, se eu quiser voar, sou eu que decido. Serão as minhas expectativas frustradas se eu falhar.
E a batida dentro de mim me ordena a seguir e eu irei arriscar...porque errar é só mais um detalhe na complexidade da vida.
Eu já chorei tantas vezes sozinha aqui nesse lugar, mas todas as vezes levantei, tanto que estou aqui novamente...sozinha com o mar a me olhar e com esse sentimento zumbindo aqui dentro. Mas ouço o mar, e ele me diz: "- erros. Todos nós os cometemos."
Estou chorando, estou chorando, mas encontrei a resposta.

sábado, 12 de junho de 2010

Eu olhei para o céu e senti a rotação da terra desfavorável a mim. Senti que tudo recomeçaria... o céu estava azul novamente e o sol sorrindo pra mim. mas a rotação era contraria, porque a minha vontade não condizia com aquilo que se revelava novamente.
Não, eu não quero arriscar mais uma vez. Não quero molhar-me nessa chuva e ficar sob as nuvens ''pesadas'' se não der certo mais uma vez.
Por favor...
Eu preciso entrar em sintonia. E enquanto eu busco a minha frequência certa, você chega e me abala, as coisas ficam tão improváveis, desconcertantes e tão..tão felizes! Que chego a conclusão de te pedir que não deixe isso parar, continue comigo nesse fluxo giratório debaixo desse azul celeste e sol radiante e me permita as estrelas cadentes à noite.


Para 1° edição Inverbis

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Demasiadamente persistente.


Depois de tudo isso...desse tempo todo. Eu realmente não imaginei que nós estaríamos juntos hoje.
tantos, tantos e tantos obstáculos que vieram a tona durante esses anos, e foram sendo reprimidos para que esse sonho permanecesse até hoje.
As tempestades não foram maiores que meus esforços e não levaram esse sentimento, assim como o metrô deixou nosso amor na estação naquele dia junto com nós. Porque eu soube persistir e embora eu não tenha conseguido fazer você ver isso, eu te fiz sentir.Iludi esse teu amor cego, depois de anos de experiência, conseguindo prende-lo; Pois durante esse tempo algo que aprendi foi que diante do amor verdadeiro não se desiste. Mesmo que essa pessoa implore que desista.
E eu persisti porque não me satisfazia apenas fazê-lo sentir isto, então prossegui pra te mostrar que uma parte de mim morreria se você partisse. E mesmo você achando que era o que eu sempre sonhei, eu queria o teu amor.
Então apesar de teus olhos estarem cegos da tua tamanha importância pra mim, eu busquei a tua alma, teu corpo e por fim a tua pele que sentiram as noites frias e o vazio que se aproximava com a partida. E a tua cabeça ingênua não foi capaz de convencer teu coração que eu guardo ainda com um amor que a tua partida não enterraria mesmo que você tentasse, mas não tentou.
Porque persisti, demasiadamente persisti.


Para: Projeto Sílaba Tônica- imagem com frase 3° edição.



A.R.

sexta-feira, 4 de junho de 2010


Não estou mentindo quando lhe faço juras! Se isso fosse as tardes mornas de tantos domingos também teriam sido falsas, os dias chuvosos e frios passados com você debaixo do cobertor não teriam sido quentes sem a tua presença, e os dias de céu azul límpido, andando na praia de mãos dadas contigo, feito hoje,ouvindo tuas palavras, tuas frases exageradas que me fazem...sentir alegria. Nada disso teria sentido sem ti.
Tão bonita é a nossa história, e o caminho que já percorremos juntos. E neste dia de pura estabilidade vens me falar em medo de solidão!
Saiba que o meu desejo mais forte é que esse sentimento que há entre nós jamais acabe, para que eu possa permanecer eternamente ao teu lado, te fazendo companhia. Não vou te abandonar, você não vai conhecer a solidão por intermédio meu, porque não irei permitir. Vou te dar esse doce e puro amor por toda vida e a minha companhia para todo sempre.
Aqui! Pare aqui comigo, levante os braços se sinta a brisa lhe tocando a face e deixe que ela leve a tua preocupação em um rumo contrário ao nosso. Agora não se preocupe, eu estarei aqui...por toda vida. Eu até acho que estou mais do teu lado que você.


Para o projeto sílaba Tônica 2ª edição - Imagem com frase.


A.R.



terça-feira, 25 de maio de 2010

Então, eu esquecerei você.


Eu queria poder me levantar daqui de uma maneira que todas essas lembranças suas que me ferem desaparecessem da minha cabeça.Então o meu quarto deixaria de ser meu refugio e o travesseiro não seria mais meu ombro amigo que tem suportado todas minhas tristezas.
Eu tenho lutado contra isso, mas o meu esforço não tem sido suficiente. É preciso mais força, ou essa solidão me fará tragar o próprio fim.
Não há mais nada que eu possa fazer a essa altura do jogo que a vida joga com nós, nos movendo contra nossa vontade.
Derrotada. Este é meu atual estado; restam-me as lembranças, a saudade e o frio desafeto que tento minimizar encolhida em minha cama durante as noites vazias; e essas horas que não passam...
Mas eis aqui minha ultima madrugada de abandono, afogarei minhas ultimas mágoas, recolherei meu pranto e depois disso fingirei que perdi a memória, partirei em busca da graça que me espera lá fora.
o tempo é o remédio.A brisa do amanhecer tratará de apagar teu nome, e o sol será minha luz até que eu encontre outra que a substitua e a música novamente soe pra min dançar, então eu esquecerei você e nada do que vivemos terá sentido. Eu vou ter liberdade pra dormir e acordar sem te possuir em pensamentos.


A.R


Para: projeto sílaba tônica.

domingo, 16 de maio de 2010

Arquivando

..e nessa volta pra casa eu estive pensando enquanto ouvia àquelas melodias...e andava sobre o meio fio, porque era ali que eu sentia o meu mundo, dividida entre o canteiro de flores e a rua perigosa. Eu voltei no tempo e relembrei o que havia se passado algumas horas antes, e percebi que isso ficaria gravado em mim, aquele cheiro, o beijo, a conversa, num ritmo que eu gostei tanto...
É, eu não sei se isso é se perder ou se encontrar, sei que é ruin, mas bom ao mesmo tempo. é uma sincronia. Ora rápida, ora lenta, na frequência perfeita.
E isso vicia. Eu preciso da tua presença desconscertante, do abraço, de tudo aquilo novamente. Aquela cena e tudo que foi gravado nela. e em mim. E eu não quero sair do meio fio, aqui é meu lugar, eu necessito desse transito turbulento, e do cheiro das flores, preciso ir e vir entre esses caminhos enquanto não me decido.

ouvindo Equalize - pitty

domingo, 2 de maio de 2010

Amanhece...

...escurece, amanhece, solidão, escurece solidão
amanhece e nada.
O aurorescer amorna, decorre o dia e enfim chega a hora do crepúsculo e com ele a esperança de dormir e poder sonhar longamente.
UTOPIA. Isso é o mesmo que querer a primavera após o outono, para adoçar o rigor do inverno próximo.
Padeço.
Amanhece, as folhas caem, as flores somem gradativamente, as borboletas ainda vagam, escurece e nada.
Nada de sonho, nada de cheiro de flor. Nada de nada.
Amanhece tristeza, as folhas vão ao chão
assim como as flores secas
E a borboleta ???

Morre na solidão.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Visão

Suspiro fechando os olhos, e então ela vem me fazer companhia como entre tantas outras vezes, preenchendo as minhas tardes manchadas de pontos vagos.
E nesse silêncio que se compõem os meus dias, aguço meus sentidos para que ela venha mais vezes e não se apague, mas que reapareça frequentemente imaginosa, vivaz, entre meus objetos gélidos e sem vida.
Ela se achega e abre o meu eu, funcionado como uma chave, desencadeia a porta para que eu veja um espetáculo. O mesmo de sempre. Passando e repassando, mas ainda não me canso, afinal eu não tenho mais nada. E quando não há mais nada habitua-se a solidão e esta te inflama a imaginação, te prende.
É este o meu vicio, a minha primavera oculta, é a tua imagem que traz a minha paz de espírito, que traça o meu sorrir e a linha do teu desenho é a minha inspiração.

Visível aos meus olhos
Deslinda o meu desejo,
sucede-se furtiva, solerte,
sobre os meus limites.

A.R.

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Mortífera

Eu tenho estado tão vazia e tudo, absolutamente tudo me parece vago e sonolento.
Desmanteladas e sem cor são assim as coisas que me rodeiam; e o colorido desbota diante da falta de sentimento.
Eu tentei colorir, 'pintar e bordar', mas nem meras palavras tem me saído, que dirá cores vibrantes!
Admito, eu causei isso acomodando-me a solidão, fui gostando desse estado em que a alma da gente fica, e o desejo latente aflorando tantos pensamentos e sofrimentos que transformam-se em vícios.
Isso faz transbordar o meu limite. Eu ofusco o restante do meu brilho, e então a minha estrela se apaga e despenca nesse horizonte mórbido.
ALÍVIO.

quinta-feira, 18 de março de 2010

Silêncio, a palavra certa.


Então eu desejei o silencio e toda sua complexidade, mas eu também quis a música, a música muda, somente a letra ignorando a melodia.
E eu quis estar só, como nunca estive; não ouvir ninguém, ficar num completo esquecimento dos sons e agarrar-me aos meus intermináveis pensamentos.
Invisível. É assim que eu desejava a minha forma. Passar despercebida diante do mundo, ficar metida em min, com meus amores, com meus botões,com minhas nostalgias, desfrutando do surrealismo mental que eu inventei pra min.
Calei-me, busquei isolamento. Desviei os olhos alheios com todo esforço, mas isso não funciona muito bem quando há pessoas ao seu redor que te questionam, acompanham milimétricamente seus passos, analisam seus olhos em buscas de respostas.
Era extrema a minha necessidade em estar comigo mesma e desfrutar de um momento meu; embora eu não tivesse o tempo que julgava necessário para isso, recolhi-me até meu interior, senti a minha essência e abandonei as indiferenças.
De corpo e alma instigados; meu pensamento não foi muito além, mas o suficiente para dopar-me de instabilidade. Fiquei ali; ora vazia, ora saturada de pensamentos que fluíam e formavam espirais.
Perdi-me, mas também encontrei-me no meu silencio.


Somente ele sabia o que dizer. Somente ele conhecia as palavras certas.


A.R.

quinta-feira, 11 de março de 2010

Escrevem.

Escrevem os desmiolados, solitários gente de sentimento, que sabe o que expressar tornando tudo poesia. Aqueles que transformam a batida da música em palavras e as escreve no céu azul, no teto do quarto, atrás do guarda roupa, no guardanapo do almoço...
Rabiscam aqui e ali. Abandonos da alma, ilustrações vagas, tudo foge de dentro pra fora, lançando-se ao papel.
memórias desgastadas, amizades distantes, masoquismo...tudo pelas palavras !
E se é através disso que elas florescem me arrisco a cultiva-las.

segunda-feira, 1 de março de 2010

Passageira

Olhando pela janela vejo as pessoas, admiro os lugares que passam diante aos meus olhos, os pontos em que o ônibus passa direto ou aqueles em que pára, mas arranca rapidinho e não dá tempo de descer; se descer fica para traz, e ficando para traz atraso o percurso.
Tenho curiosidade, muita por sinal; me desmancho de vontade de poder ser mais próxima daqueles lugares em que meu ônibus não permite parada por enquanto.Já pensei em sair pela janela, tapear o motorista e outras coisas que me permitissem aquele contato que me é restrito; mas acabei fraquejando por medo; medo de perder meu lugar no ônibus, arriscando-o ao me levantar.Então sempre após minhas iniciativas surgem as minhas desistências; e mais tarde agradeço a mim mesma por isso. Não é falta de coragem, é cautela.Apenas quero errar meus passos o menos possível e desisto porque vejo que o motorista está certo em restringir tais paradas em lugares em que as portas abrem-se facilmente para qualquer um; isso torna tudo tão fácil, chega até a perder a graça por isso, mas o fato é que sempre tenho vontade pelo proibido, aliás isso é um ponto em comum em todos nós, tenho certeza disso.

Quem nunca sentiu tentação? E resistiu a ela. Ou não...


A.R.

domingo, 28 de fevereiro de 2010

Saudade saturada

Eu a sinto com fervor
tenho urgência
em cessa-la, pois acho-me embebida de um sentimento difícil
que dói a cada batida
do meu coração petrificado pelo tempo, pela ausencia
das singelas palavras vindas de alguém um tanto distante neste momento;
palavras vagas, porém fortes que querem sair da minha boca que transborda desejo , mas só para você saem corretamente, incompreendidas pelas outras pessoas as preservo trancafiadas comigo.
Eu a sinto aqui dentro batendo violentamente contra
as paredes do meu peito, arancando pedaços, sangrando lembranças.
Meu sangue agora já vai esfriando pois as recordações se apagam com o passar dos dias, deixando mais violenta essa tua ausencia infame que transforma tudo em SAUDADE.


A.R.

terça-feira, 23 de fevereiro de 2010

Imaginante

M.G.B


Imagino você ser irreal
despontando no horizonte além do mar,
surgindo subitamente no ar
Rompendo a barreira celestial.

Intensa existência emergindo
com impiedoso explendor
És inspirador
assim como o sol refulgindo.

Árduo, persuasivo,
extremo sentimento
Remoto no espaço

Distante e invasivo
a todo momento
Proximo, apertado em um eterno laço.






A.R.

quarta-feira, 10 de fevereiro de 2010

Doentia preocupação.

Óh liberte-se um pouco
deixe fluir
ouça a melodia da canção,
flutue.
veja o brilho do sol
não dê tanta importancia à tormenta que te inflama os pensamentos.

Doentia preocupação
que te destroi a vida
te limita e dita regras.
Esqueça e deixa fluir apenas por um curto momento
juntamente com essa canção.
Abandone a nostalgia da tua existencia.

Óh grite, grite !
abandone os pensamentos que te prendem,
torne a tua vida mais viva.

Óh grite, grite!
quebre as corretes que te seguram,
torne tua vida mais viva.


A.R.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Recordações

Muitas não se apagam, não nos abandonan, não olvidam e fazem sofrer. Sim, é isto apenas sofrimento.(óh por favor não vá pensar que eu tenho problemas com minhas lembranças por causa de um amor não correspondido e coisa e tal´s ou qualquer outra decepção. Não é isso definitivamente!)
Na realidade a minha perturbação e obceção em ficar relembrando tem um outro angulo. Eu não quero esquecer tudo que eu vivi, quero manter tudo extremamente vivo. (okei eu sei que é impossivel lembrar de tudo, eu que o diga.)Por mais que eu tente guardar tudo as lembranças vão vagarosamente se esvaindo sem que eu possa prende-las comigo.Tento com imenso desejo lembrar, fruir da maioria, mas o espaço acaba ficando estreito e elas vão embora. Algumas para sempre, outras permanecem num vai e vem continuo como as ondas do mar regando a areia da praia, muitas vezes sem força, apenas imagens, rostos ou uma simples palavra que circundam a memória silenciosamente. Outrora violentas, vivas que lembram demais, embora muito distantes no tempo persistem por mais indesejáveis que sejam.
Sustento...é isso que ofereço a aquelas que eu aspiro levar ao meu leito de morte.


A.R.

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Constatando.

É constatando, que me encontro a beira de um precipicio, onde pular talvez seja a melhor alternativa.
Então meu caro, você agora deve estar constatando : ela é uma neurótica!
Sim, obviamente eu devo ser !
Apesar do precipicio ser uma escolha muito chamativa eu ainda mantenho o pé atrás. Por que ?
Bom isso eu não entendo muito bem, sei que fico andando em circulos e dando desculpas pra não fazer aquilo que não sai da minha cabeça. Dúvidas, dúvidas frustrantes. Mas por que eu desisto de pular se só assim eu terei a oportunidade de alcançar todos os meus sonhos idealizados?
Sim, grande parte deles se encontra lá em baixo, perto das rochas, beirando o mar.
Permanecer aqui em cima apenas observando e satizfazendo-me com o comun e com a monotonia de uma vida normalzinha ou pular e sentir a brisa no rosto e a água batendo na minha pele, depois mergulhar fundo em um turbilhão de coisas novas ???
Mas e se eu não suportar ? Aqui em cima me encontro tão protegida e segura, embora a mesmice tenha me trazido até aqui, me desafiando a quebrar as regras.
Dividida nesse dilema: É preferivel morrer de um geito normal sem ter tenatado nada, ou atirada em um penhasco atrás de seus sonhos numa tentativa frustrante ?
Apenas pular, para satisfazer as urgências, cessar o anseio, para pelo menos poder dizer que eu tentei e não me limitei contentando-se como um normalista.


A.R

domingo, 24 de janeiro de 2010

Despertando.

Ansiosa, à espera do despertar, como um girassol na expectativa do aurorescer, como um lobo a esperado crepúsculo, é assim que desejo o desabrochar do meu querer.
Faminta pela liberdade.
Apenas mais algum tempo e a tortura finalmente acabará.Então muito daquilo que me privaram, eu poderei ter nas mãos.
O anseio, a adrenalina apoderando-se. Mesmo dormente posso sentir a chegada do meu astro e o calor cada vez mais próximo. E quando ele finalmente tocar minha face saberei que o torpor cessou.
O seu esplendor dourado, brilhante, quente cobrirá todas a minhas urgências, aplacará meus medos e me guiará para o caminho que sempre aspirei.
Traga o brilho dourado para minha vida preta e branca, leva a noite e traz o dia, quero contemplar tua aurora no horizonte num minuto infinito.



A.R.

sábado, 23 de janeiro de 2010

Deixe fluir,

deixe escapar, deixe a saudade evaporar...

Sim, é isto que eu estou tentando fazer agora.
Acordei no meio da tarde e meu pensamento voou até você no instante em que abri meus olhos.
E isso está indo além do que eu imaginei. É tão forte...e eu sinto saudade de alguém que ainda irei conheçer.
Como pode ser assim? Eu não entendo.
Então eu só desejo duas coisa agora : que esse sentimento jamais acabe e que eu possa vivê - lo com você algum dia .

''enquanto eu não te encontro
eu imagino você e sinto esse sentimento bom
mesmo a gente morrando longe um do outro
eu sinto o seu abraço''


A.R

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

Slipped Away ♫

I miss you
Miss you so bad
I don't forget you
Oh it's so sad
I hope you can hear me
I remember it clearly

The day you slipped away
Was the day I found
It won't be the same... (Avril Lavigne)


Entra em minha alma, faz o pensamento fluir, traz lembranças que eu queria que fossem verdade novamente. canto junto, mergulhando em min, sumindo daqui, indo pra longe, pra perto de ti.
Por que você partiu?
Sinto a sua falta, sonho com você. Desejo o teu abraço ausente, a tua presença que já não me acompanha.
Saudade das palavras que você não pode me dizer, do carinho e do olhar que nao posso mais deitar sobre tua face.
Vejo teu quarto vazio...seu cheiro já não está mais lá, e eu desejo tanto senti-lo.
Já revirei tantas vezes o albun de fotografias, mas isso não completa o meu vazio, elas não são o suficiente para redimir a minha saudade, pelo contrario assolam mais ainda o meu coração.
Todo esse tempo passou, mas o vazio ainda permanece profundo e intenso.


Saudades Eternas

As escolhas...

Durante todos os momentos de nossas vidas nos deparamos com escolhas. Desde pequenos aprendemos que é necessário faze-las.Mas a medida que o tempo vai passando parece que o nível de dificuldade vai aumentando, e além de escolher temos que pesar nossas escolhas e avaliar as consequencias que estão por trás de cada uma. Migramos por vários caminhos, tomamos decisões, atitudes e por várias vezes vemos quão errada foi a escolha e precipitada a atitude. O peso na consiência se torna simplesmente inevitável. E repensando os fatos muitas vezes no reprimimos, com aquele famoso pensamento "Onde é que eu estava com a cabeça?''. Apesar do arrependimento perceba que você não ficou parado esperando as coisas cairem do céu ou esperando alguém escolher o que era melhor pra você. Só não acontece nada pra quem não faz nada. Os que tentam, que não ficam parados, aqueles que tem reações são os que possuem a vida cheia de conquistas, por mais que elas tardem um dia chegam.
Tudo aquilo que escolhemos para nossas vidas reflete o que somos, oque sentimos. Trocamos de caminhos por várias vezes, pois sentimos a necessidade de mudança, a vontade de experimentar novas sensações, novos sentimentos. Ninguém é o mesmo pra sempre. temos muitos caminhos e pouco tempo, então supra suas vontades, seja intenso no que fizer, afinal a vida é uma só.


A.R

segunda-feira, 18 de janeiro de 2010

My Blog.


Na verdade é só mais um lugar pra min escrever, sem pretenções.
Estarei aqui, sempre que possivel. Escrevendo, gritando, sorrindo, chorando, pensando, mesmo que seja pra ninguém ler.
E a intrigante sensação desse novo ano, me fez criar este blog. Intrigante porque sinto que muitas coisas me esperam. Sinto- me anestesiada pelas dúvidas angustiantes e esssa coisa de reafirmaçao de identidade me enlouqueçe. Sinto-me incompreendida e isso é terrivel.
A incerteza do meu futuro, as pessoas que nunca mais verei por simples acaso do destino, aquelas que serei obrigada a deixar pra correr atrás dos meus sonhos e tbm daquelas que não tive a oportunidade de me despedir direito... Olho pra trás e vejo a infância cada vez mais distante. Olho pra frente e vejo as cobranças, os obstaculos intermináveis....e isso torna tudo tão dificil, trazendo sentimentos intensos. Sinto a insegurança de que o meu futuro idealizado não seja cumprido. Mas vou seguir os meus sonhos, tentando realizar os meus planos, meus desejos. Vou seguir mesmo que seja no escuro e sozinha, e na
ão vou deixar a mihna luz se apagar porque agora é apenas o começo.